Com alta de 4,46% em um ano, índice fica no limite de 4,5%. Resultado de novembro é o menor para o mês desde 2018.
Inflação oficial desacelera e retorna ao centro da meta após 13 meses fora do limite
A inflação oficial deu um importante sinal de desaceleração em novembro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o mês com alta de 0,18%, puxada principalmente por passagens aéreas e hospedagem, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (10).
O resultado fez o IPCA acumulado em 12 meses recuar para 4,46%, retornando assim ao limite máximo da meta do governo, que é de 4,5%. O índice havia ficado 13 meses consecutivos acima do intervalo de tolerância, que vai de 2,5% a 4,5%. A meta central é de 3%.
Menor novembro desde 2018 e alívio na comida
A variação de 0,18% em novembro é a menor para o mês desde 2018, quando houve deflação de 0,21%. O dado também mostra alívio em itens essenciais do orçamento familiar. O grupo Alimentação e Bebidas ficou praticamente estável (-0,01%), com quedas significativas no leite longa vida (-4,98%), tomate (-10,38%) e arroz (-2,86%).
Por outro lado, alguns itens pressionaram o índice:
Passagens Aéreas: alta de 11,9%.
Hospedagem: subiu 4,09%, influenciada pela COP30 em Belém, onde os preços dispararam 178%.
Energia Elétrica: aumento de 1,27%, continuando como o item que mais pesa no IPCA do ano (+15,08% em 2025).
Cenário para o fechamento de 2025 e decisão do Copom
Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Fernando Gonçalves, para que o IPCA de 2025 feche dentro da meta, a inflação de dezembro precisa ser de até 0,56%. Um fator que pode ajudar é a mudança da bandeira tarifária de energia de vermelha (custo extra de R$ 4,46 por 100 kWh) para amarela (R$ 1,885).
Os dados de inflação são analisados de perto pelo Banco Central (BC), que anunciará ainda hoje a decisão sobre a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 15% ao ano – o maior patamar desde 2006. A alta dos juros é a principal ferramenta do BC para frear a economia e controlar a inflação.
O retorno do IPCA ao centro da meta é um alívio para o poder de compra do brasileiro e um indicador positivo para a condução da política econômica no próximo ano
Fonte: Agência Brasil

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