Primeiro ano do ciclo para Los Angeles 2028 é marcado por conquistas históricas e liderança inédita em pódios mundiais, mas também por tensões no tênis de mesa.
O primeiro ano do ciclo paralímpico rumo aos Jogos de Los Angeles 2028 foi de excelência para o Brasil. A temporada de 2025 ficou marcada por desempenhos históricos, com o país alcançando o topo do quadro de medalhas nos Mundiais de Atletismo e de Judô, um feito inédito que projetou otimismo para os próximos anos. No entanto, a cena esportiva também foi marcada por tensões de bastidores envolvendo atletas e a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM).
Feitos históricos e domínio verde-amarelo
O ápice do ano veio em outubro, em Nova Déli, na Índia. A seleção brasileira de atletismo fez história ao terminar o Campeonato Mundial no primeiro lugar do quadro de medalhas, com 15 ouros, 20 pratas e 9 bronzes, superando a potência China. Foi a primeira vez que o Brasil subiu ao topo desta competição. A grande estrela foi a velocista Jerusa Geber, que se tornou tetracampeã dos 100m rasos na classe T11 (cegueira total) e se consagrou como a maior medalhista brasileira da história dos Mundiais da modalidade.
No Mundial de Judô, em Astana (Cazaquistão), o Brasil também liderou o quadro de medalhas de maneira inédita, subindo ao pódio 13 vezes, com 5 ouros. Destaques para a tricampeã Alana Maldonado e para Wilians Araújo, que conquistou seu bicampeonato mundial.
Ouro no gelo, na água e nas pistas
A temporada começou com ouro no gelo: em fevereiro, Cristian Ribera se sagrou campeão mundial de esqui cross country na Noruega, acendendo as esperanças de medalha para a Paralimpíada de Inverno de Milão-Cortina 2026.
Outras modalidades também brilharam:
Canoagem: Fernando Rufino foi ouro no Mundial da Itália.
Ciclismo: Lauro Chaman garantiu o tricampeonato mundial na estrada, e Sabrina Custódia faturou ouro com recorde na pista, no Rio.
Natação: Com 13 ouros no Mundial de Singapura, o Brasil ficou em 6º lugar, com destaques para Gabriel Araújo e Carol Santiago, com três títulos cada.
Halterofilismo: A equipe feminina conquistou o ouro por equipes, com Mariana D'Andrea, Tayana Medeiros e Lara Lima no pódio.
Tensão nos bastidores do tênis de mesa
Apesar das glórias, 2025 também registrou conflitos. Um grupo de nove mesatenistas paralímpicos (somando 16 medalhas em Jogos) enviou um ofício ao Ministério do Esporte contra a CBTM. A confederação exigia que os atletas investissem parte do Bolsa-Pódio para custear competições internacionais e que participassem de pelo menos 10 eventos no exterior para ter o plano esportivo aprovado — condição para receber o benefício.
Os atletas alegaram que os critérios puniam a excelência esportiva em favor da quantidade de torneios. Após a intervenção do Ministério, que afirmou não haver previsão legal para tais exigências, a CBTM revogou a medida, mas o desgaste na relação permanece.
Com um balanço amplamente positivo nas arenas mundiais, o esporte paralímpico brasileiro encerra 2025 fortalecido e com grandes expectativas para a continuidade do ciclo, mirando o pódio em Los Angeles 2028

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