Últimas notícias

6/recent/ticker-posts

MPF entra na Justiça para salvar Estrada de Ferro Madeira-Mamoré em Rondônia

Ação exige tombamento definitivo da ferrovia histórica e plano de recuperação; estado e União podem pagar R$ 6 milhões por danos morais coletivos.

PORTO VELHO/RO – O Ministério Público Federal (MPF) acionou a Justiça para obrigar o governo de Rondônia a concluir o tombamento definitivo da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), símbolo histórico do estado que hoje sofre com abandono, depredações e roubo de peças originais. A ação também cobra da União e do Iphan um plano emergencial de proteção aos 366 km de trilhos, estações e locomotivas.

A ferrovia, que integra o brasão oficial de Rondônia e foi crucial para o desenvolvimento da região, possui apenas proteção provisória desde 1989, quando a Constituição Estadual a declarou tombada. O MPF sustenta que o governo estadual nunca concluiu o processo formal de tombamento, deixando o patrimônio vulnerável.

Abandono e depredação
Durante investigação, o MPF constatou situações críticas: trilhos furtados e vendidos como ferro-velho, pontes metálicas desmontadas, dormentes usados para construir estradas e locomotivas históricas abandonadas. A falta de ações concretas de preservação e a dificuldade de diálogo com a Secretaria de Cultura (Sejucel) agravaram o cenário.

“A demora na formalização do tombamento contribui para o estado crítico de abandono”, alertou o MPF.

O que a Justiça foi acionada para determinar:

  • Tombamento definitivo pela estado em até 1 ano;

  • Plano de proteção e recuperação em 180 dias;

  • Indenização de R$ 6 milhões por danos morais coletivos (R$ 1 milhão do estado e R$ 5 milhões da União/Iphan).

Caso o tombamento não cubra os 366 km originais, a União terá que recolher trilhos e equipamentos remanescentes, garantindo o direito à moradia de famílias que vivem no local.

A Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, inaugurada em 1912, é considerada um marco da engenharia na Amazônia e testemunha da epopeia de milhares de trabalhadores durante a construção.

Com informações do MPF-RO

Postar um comentário

0 Comentários