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Israel aprova convocação de 60 mil reservistas para tomar o controle da Cidade de Gaza

Operação deve ampliar a violência no enclave palestino



Uma criança palestina tenta fugir dos ataques de Israel em Gaza. Foto de 19 de agosto de 2025. Foto: Bashar TALEB / AFP

Porto Velho, RO - O ministro israelense da Defesa, Israel Katz, aprovou o plano para tomar o controle da Cidade de Gaza e ordenou a convocação de 60 mil reservistas, enquanto os mediadores continuam aguardando nesta quarta-feira 20 a resposta do governo do país a uma nova proposta de trégua no território palestino devastado.

O gabinete de segurança comandado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, autorizou no início do mês um plano para a tomada militar da cidade e dos campos de deslocados adjacentes, assim como para assumir o controle de toda a Faixa, libertar os reféns e desarmar o movimento islamista palestino Hamas.

Os reféns foram sequestrados no ataque surpresa do Hamas em 7 de outubro de 2023. Desde então, a ofensiva israelense de retaliação provocou dezenas de milhares de mortes e um desastre humanitário denunciado pela comunidade internacional.

O ministro Katz “aprovou o plano de ataque do Exército israelense à Cidade de Gaza”, a maior localidade do território costeiro palestino, informou à AFP uma fonte da pasta.

Também autorizou “a emissão de ordens de convocação dos reservistas necessários para efetuar a missão”, que somam quase 60 mil homens.

Em 22 meses de guerra, o Exército israelense tomou quase 75% da Faixa de Gaza.

Nos últimos dias, o país intensificou os ataques aéreos e operações terrestres na Cidade de Gaza e nos campos de deslocados próximos, considerados os últimos redutos do Hamas.

O site israelense Walla informou que “a divisão 99 está a ponto de completar a conquista do bairro de Zeitoun”, na Cidade de Gaza. O “próximo objetivo” será o bairro vizinho de Al Sabra.
Tanques, artilharia e drones

“As explosões não param em Al Sabra. Os tanques e a artilharia atiram em nós, os drones também”, declarou na terça-feira à AFP Hussein al Dairi, morador do bairro.

O Exército israelense afirmou que suas forças atuam na área para desmantelar as capacidades militares do Hamas.

Na segunda-feira, o movimento islamista informou que aceitou uma nova proposta de trégua apresentada pelos mediadores (Egito, Catar e Estados Unidos).

Israel ainda não apresentou uma resposta formal à proposta de trégua. Uma fonte governamental disse que o gabinete de Netanyahu “não mudou” de política e que continua “exigindo a libertação” de todos os reféns de uma só vez, “em conformidade com os princípios estabelecidos” para acabar com a guerra.

“Estamos na fase decisiva final contra o Hamas e não deixaremos nenhum refém para trás”, acrescentou a fonte.

O Catar elogiou a resposta do Hamas, “muito positiva”, e destacou na terça-feira que a proposta atual retoma de maneira “quase integral” um plano americano aprovado anteriormente por Israel.

A proposta é baseada em um plano anterior do enviado americano Steve Witkoff: a libertação de 10 reféns vivos e dos corpos de 18 em troca de um cessar-fogo de 60 dias e negociações para acabar com a guerra, informou a rádio pública israelense Kan.

Tréguas anteriores

As duas tréguas anteriores, em novembro de 2023 e no início de 2025, permitiram o retorno de reféns vivos e a libertação de centenas de prisioneiros palestinos.

Desde o início da guerra, Israel mantém um cerco a Gaza e seus mais de dois milhões de habitantes, que enfrentam a ameaça de uma “fome generalizada”, segundo as Nações Unidas. O governo israelense rejeita as acusações e afirma ter autorizado a entrada de mais ajuda nas últimas semanas.

O conflito foi desencadeado pelo ataque do Hamas em Israel em 7 de outubro de 2023, durante o qual os islamistas mataram 1.219 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Também sequestraram 251 reféns, dos quais 49 permanecem em cativeiro em Gaza, entre eles 27 que teriam morrido, segundo o Exército israelense.

Em Gaza, a ofensiva de retaliação israelense matou 62.064 pessoas, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do território palestino – governado pelo Hamas -, considerados confiáveis pela ONU.

Fonte: Carta Capital

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