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CNJ Padroniza Regras para Juizados Especiais em Estádios e Grandes Eventos

 Nova norma nacional busca celeridade no atendimento a conflitos e proteção a torcedores. Medida visa prevenir violência, racismo e garantir direitos do consumidor.

CNJ estabelece diretrizes nacionais para juizados em eventos esportivos e shows

Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou, nesta terça-feira (9/12), uma resolução que unifica e padroniza a atuação dos Juizados Especiais do Torcedor e dos Grandes Eventos em todo o país. A norma tem como objetivo garantir celeridade e pacificação de conflitos em estádios, arenas e espetáculos artísticos, oferecendo um canal ágil para questões que vão desde violência e discriminação até direitos do consumidor e acessibilidade.

A decisão, tomada na 17ª Sessão Ordinária de 2025, busca preencher uma lacuna organizacional, criando uma estrutura judiciária especializada para atender a demanda gerada por grandes eventos no Brasil, como jogos de futebol, festivais e shows.

O que os juizados especiais vão atender?

De acordo com a resolução, essas unidades judiciais terão competência para processar e julgar causas relacionadas a:

  • Violência nos estádios e atos de racismo e discriminação.

  • Problemas de consumo, como falhas de serviço e descumprimento contratual.

  • Infrações de menor potencial ofensivo ocorridas durante os eventos.

  • Questões de acessibilidade que impactem a experiência do público.

  • Casos de violência contra grupos vulneráveis, como mulheres, idosos, crianças e adolescentes, com previsão de instalação da "Sala Lilás" para atendimento especializado.

O ministro relator, Caputo Bastos, destacou que as diretrizes são essenciais para "prevenir e combater a discriminação e a violência" nesses locais, garantindo tratamento digno e seguro.

Como vai funcionar na prática?

A atuação será preventiva e de plantão, preferencialmente com postos físicos nos locais dos eventos. Os juizados poderão aplicar medidas de urgência e buscar a conciliação imediata, sem a obrigatoriedade de encerrar processos no mesmo dia.

Entre as atribuições do magistrado responsável estão:

  • Articular planos de segurança e transporte com outros órgãos.

  • Manter um banco de dados integrado de torcedores com restrições judiciais, usando o Banco Nacional de Medidas Penais (BNMP).

  • Realizar audiências de custódia e conciliação.

A norma é fruto dos trabalhos do Grupo Paz nas Arenas, do CNJ, que estudou a complexidade da prestação judicial em grandes eventos. Experiências bem-sucedidas em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso serviram de base para a regulamentação nacional, que agora deve ser cumprida por todos os Tribunais de Justiça do país.

A medida visa acabar com disparidades entre os estados, promovendo isonomia no acesso à Justiça e fortalecendo o papel do Judiciário na promoção da paz social durante eventos que reúnem milhares de pessoas

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